domingo, 24 de fevereiro de 2013

O GORDO

Claro que eu não gostaria de estar tão gordo, seria muito interessante me manter sempre na forma "padrão" para o convívio social. Porém, essa condição me deu a possibilidade de ver um mundo diferente daquele que havia visto na época em que era magro.

Para quem não sabe, lembro que fui atleta de verdade, ou seja, profissional com treinamento no mínimo de 4 h por dia e seis dias por semana. Tornei-me radialista graças ao futebol e as transformações físicas ocorreram na medida em que fui me afastando dos gramados, das academias e das intensas sessões de treinamento, para conviver em redações e estúdios, sentado e trabalhando com a mente, exercitando a criatividade.

Mas confesso que jamais imaginei que depois daquela fase de desafios no futebol, uma vida sedentária fosse acrescentar quase sessenta quilos ao meu organismo. Foi isso o que aconteceu e hoje aqui estou, lutando contra a balança.

Também não imaginei que seria tão difícil ser aceito por pessoas que não me conhecem. Muitos ficam receosos dos gordos, tentam evitá-los e chegam a cometer injustiças de modo involuntário. Houve vez que um ex-chefe disse: "Bah, nem parece que tu é gordo!" Como se para alcançar boa performance na profissão ou conquistar um prêmio de reconhecimento profissional dependesse de um corpo magro.

Há poucas semanas tive uma cirurgia meio complicada, com uma recuperação meio demorada e agora vou começar uma luta para emagrecer, tentando impor uma nova dieta ao cotidiano. É um grande desafio, acho que maior que ter deixado de fumar, mas vou alcançar para poder viver um pouco mais, já que a obesidade está fazendo muito mal à minha saúde.

Valho-me dessa ideia para ficar tranquilo, feliz com a minha profissão de advogado e realizado com o apoio daqueles que me conhecem de verdade, sempre com a esperança de voltar aos microfones. Se isso ocorrer, que seja ao natural, pois cansei de buscar. Agora meus desafios são outros.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


O SHOW DO GRÊMIO E A PROMESSA DE UM GRANDE GRENAL
A vitória do Grêmio contra o Fluminense não demonstrou que o Grêmio seja o melhor time do mundo, nem que o Fluminense seja um time de pernas de pau. O jogo foi uma demonstração clara de que o aspecto anímico é o mais importante em qualquer tipo de competição.
É indiscutível que ambas equipes possuem elencos talentosos, mas naqueles 3 a 0 para o Grêmio no Engenhão ficou evidenciada a aplicação, a sinergia e a disciplina tática dos jogadores da equipe gaúcha. Eles fizeram o que na linguagem futebolês significa: “deram o sangue pela vitória”, ou “colocaram o coração na ponta da chuteira”.
Assim é também no nosso cotidiano e na linguagem popular dizendo que “a fome ensina a comer” ou que a “dor ensina a gemer”.
Quando tudo parece ruir e as dificuldades superam qualquer expectativa, eis que surge aquela força paranormal, capaz de transformar atitudes e comportamentos tornando o antes fragilizado em um cerne indestrutível.
Claro que para tudo isso se materializar é fundamental que exista na mente e no coração de quem é personagem da superação, alguns valores de consciência, princípios de moral e principalmente propósitos.
A propósito,  domingo tem Gre-Nal e o Grêmio saiu da zona de dúvidas entre os próprios torcedores para um ambiente de euforia e confiança, o que também é muito perigoso. Mesmo assim, acredito que o Grêmio seja o grande favorito. O que não impede ninguém de lembrar que – Gre-Nal é GreNal.
A torcida colorada é para que o Inter, recluso ao Gauchão, faça verter toda força necessária para bater o embalado tricolor.
Enquanto isso, a torcida gremista é para que a frase popular de “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, não passe de uma simples esperança dos adversários.
Por tudo isso, o Estádio Centenário de Caxias do Sul será pequeno demais para o tamanho do Grenal do próximo domingo e nem a escalação de um time misto do lado do Grêmio é capaz de  estragar o espetáculo.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O Fim do Mundo
Tudo bem, o ano está terminando, mas isso não é desculpa para esquecer que mesmo depositando toda a esperança em 2013, o mundo atravessa uma crise sem precedentes. Não falo da crise na Europa, no Euro, tampouco sobre a quebra norte-americana ou sobre as mazelas entre Israel e Palestina. Refiro-me à crise comportamental da humanidade.
Se a falsidade, a hipocrisia, a arrogância e a indiferença com o semelhante estivessem isoladas da maldade, até poderia existir mais esperança, pois os bons estariam fortalecidos pela bondade. O problema é que a maldade, o mau caratismo e os atos traiçoeiros estão se tornando moda!
É complicado escrever sobre a gravidade do caminho tomado pelo comportamento adotado pela maioria. A liberdade é confundida com uma autonomia que se sobrepõe àquela que deveria pertencer aos semelhantes. As pessoas insistem em seres ímpares de seus pares e cada vez mais a festa de Natal e de virada do ano se constituem em oportunidade para farrear, exagerar, rir do nada e de todos.
Posso parecer  um pouco exagerado, mas não há como contrariar estas afirmativas.
Sinto que a humanidade está fazendo com ela mesma tudo o que também faz contra a Amazônia. O pior é que assim como a selva, as pessoas de boa índole estão sem meios para reagir.
A saída é rezar, colocar as mãos na cabeça e esperar que algo aconteça e que esse mal passe.
É o fim do mundo. Mas que barbaridade!
Gente, estou voltando logo. Desculpem o afastamento. Amanhã vou escrever sobre: Como ganhar dinheiro trabalhando!
Valeeeu!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

ACONTECENDO




FOTO: CENTRO ADMINISTRATIVO E JURÍDICO DO RIO GRANDE DO SUL

O dia que decidi mudar com a família para Porto Alegre, estava com minha esposa e falávamos sobre o futuro de nossa união e principalmente sobre o futuro de nossos filhos. Havia muito tempo que nossos passeios fora do Estado e pela Argentina tinham o intuito de mostrar aos meninos que existe mundo além da belíssima região do Vale do Jaguari e que há muitos lugares onde é possível construir um futuro mais sólido e livre.
Morar em Porto Alegre seria um desafio enorme, e foi assim mesmo que ocorreu, com o surgimento de obstáculos enormes passo a passo ultrapassados para que outros, tão grandes ou ainda maiores surgissem.
Hoje não tenho qualquer motivo para me arrepender. Meus filhos já são adultos e sabem que entre Santiago do Boqueirão e Paris o único obstáculo é o carimbo no passaporte. Não que eles já tenham ido, lá, mas agora sabem que é possível e será muito interessante atravessar o oceano e conhecer outras terras além mar.
Também o meu amor está mais fortalecido. Porto Alegre promove romantismo (afinal, é o Porto dos Casais) e quando a vida fica meio amarguinha, damos um pulo em Tramandaí e respiramos o ar salgado da praia ou então esticamos a Gramado ou Bento, na Serra, para reerguermos nossa certeza de que a vida é maravilhosa, independente do lugar onde estejamos (se bem que um lugar paradisíaco é melhor ainda).
Amo minha terra natal, Alegrete e também adoro Santiago. Naqueles lugares passei momentos fantásticos, emocionantes e cheios de descobertas e aprendizagens.
Hoje, mesmo em meio à correria da capital, penso que vivo o mais desafiador momento de minha vida.
Se valeu a pena? Claro! Sempre vale a pena buscar uma vida melhor e um futuro ainda mais feliz!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O QUE É FUTEBOL

Ouvindo o programa Sala de Redação na tarde de ontem (19/12/2011), fiquei pasmo diante da falta de concordância com algo que ficou plácido na final mundial entre Barcelona e Santos, em que o Barcelona jogou como jogava o Santos na década de 60 e o Santos jogou como o sempre jogou o Santos de Murici Ramalho em 2011.
Diante do futebol jogado pela equipe catalã, os comentaristas fizeram conjecturas variadas e estéreis pois não condizentes com a realidade do futebol jogado pelo melhor time do mundo que, em resumo, é feito com o mais perfeito ingrediente do futebol: a simplicidade.
Qualquer criança concorda que é mais fácil dar um passe que fazer um drible e todos concordam que estar no lugar certo e na hora certa é mais eficaz que tentar andar por todos os lugares.
Ora, o barcelona desenvolve um futebol simples, de passes certos no tempo ideal para evitar a reação do adversário e isso é conseguido através de muito treinamento com atletas qualificados e eficientes, tanto no passar como no receber a bola com velocidade e precisão.
Ficar palpitando se o esquema é 4-4-2 ou 3-5-2, vá lá, é o máximo que conseguem enxergar os leigos da bola. Agora supor que o Barcelona adota o 5-7-0 ??? Aí já é realidade transformada em ficção.
É óbvio que um time que possui um passe perfeito, não pode prescindir da volatilidade nos posicionamentos e isso o Barça faz com desenvoltura e mais caprichadamente o fez contra o Santos, pois aquele era o momento de provar se eram eles realmente os "melhores do mundo". Para o Santos, era um tiro na lua.
Claro que o Messi faz uma diferença, aliás, a diferença é que além de passar e receber bem os passes, ele tem o talento do drible rápido, o que não autoriza que o "craque" do Santos diga que foi uma aula de futebol. Não mesmo, o que aconteceu foi apenas uma lição de um futebol jogado a partir de muito treinamento e de um espírito de equilíbrio acrescentado de harmonia entre os jogadores.
Quando eu ainda era menino nas categorias de base do Grêmilo, via os saudosos treinadores Adão Pereira e Paulo Lumumba insistirem que seus jogadores ofensivos aprendessem a conduzir a bola próxima do corpo com toquezinhos sutis, de modo a evitar que ela fosse "roubada" por um marcador mais atento. O resultado apareceu nos inúmeros craques que marcaram gerações inteiras de grandes jogadores da década de 80, em especial no time do Grêmio que papou o mundial com Renato Portaluppi e outros.
Portanto, apesar de adorar o programa da Gaúcha e reconhecer nos seus participantes os melhores analistas de futebol do Brasil, não posso deixar de dizer que a constância da repetição sobre o que é futebol os está impedindo de perceber que a diferença do melhor time do mundo está no fato de ser igual aos melhores times que o mundo já viu jogar, seja Santos dos anos 60, Seleção Brasileira de 70, Flamengo dos anos 70/80, dentre outros que tinham nas tabelas, nos passes rápidos e no envolvimento dos adversários pelo passe, sua marca diferencial.
Reconhecer que o Barcelona joga de maneira simples é um ato que exige muita coragem. Fica mais fácil e menos perigoso apenas afirmar que o Barcelona é uma exceção na história da humanidade e que o "Carrossel Holandes" que assombrou o mundo, nada mais foi que uma ilusão do passado.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O FRANGO VOADOR

Existe a fábula infantil do Patinho Feio, que chocado e criado pelas galinhas, ao descobrir que era pato voltou a ser feliz e se encontrou navegando como um belo de sua estirpe, esquecendo o malfadado período do galinheiro, quando era maltratado pela diferença que tinha dos irmãos. Mesmo diante desta fábula magnífica, há uma nova que não quer calar: éa do Frango Voador.
A história inicia da mesma maneira, mas se estende até o momento em que ao descobrir que era um pato, resolveu abrir as asas e se libertar da opressão do galinheiro.
Só que diferente do patinho feio, quando voou, se afastando do galinheiro, as galinhas, muito ignorantes, pensaram que ele era um frango voador e ficaram a cocorejar impressionadas com o inédito feito. Batiam as asas na tentativa de imitar o jovem frango voador, mas não saíam do chão.
Ele poderia terpartido para sempre, mas tratando-se de um pato de princípios nobres, resolveu retornar ao galinheiro para demonstrar que não tinha mágoas com as galinhas que tanto o maltrataram na infância e que agora, vendo ele um frango voador, poderiam  dar a ele um pouco do carinho que haviam economizado.
Ledo engano do pato: o "frango voador" como era conhecido desde recente partida, ao retornar foi recebido com desprezo e raiva.
Já de início as galinhas começaram a cocorejar como se vaiassem e aquela que fora sua chocadeira-mãe virou-lhe as costas, enquanto o galo, cheio de arrogância peitou-o determinando que desaparecesse dali.
Porém, como havia crescido e ficado mais forte, não se amedrontou com o galo, alçou vôo até o ponto mais alto do puleiro e entoou o seu "quá" que estava guardado.
Mais um instante e partiu para nunca mais voltar.
Ele foi feliz para sempre e ainda dá suas patadas naquela região.
Já o galinheiro continua lá, cheio de galinhas e com um galo que não é de nada, mas acha que é de tudo.
Assim é a vida dos homens. Aqueles que descobrem que não são frango do mesmo galinheiro, encontrando meios para voar, partem e não mais voltam.
Se retornarem, as galinhas e os frangos ficarão incomodados pelo seu talento incomum e o galo vai buscar meios de expulsá-lo.
É que mentes galináceas jamais vão entender o valor da vida que há além do galinheiro.