quinta-feira, 10 de setembro de 2009

CONSTRUTORES DA CREDIBILIDADE



Tenho uma indagação antiga e divido com aqueles que lêem meu bolg. Qual a razão de pessoas tidas como valorosas, inteligentes e vencedoras, acabarem se contaminando com o mal e se corrompendo?
Há poucos anos um juiz de futebol confessou seus "crimes": teria manipulado resultados em jogos do Campeonato Brasileiro. O mais impressionante é que não se tratava de um qualquer, pois era árbitro da FIFA, posto conquistado somente por aqueles profissionais mais graduados no apito.
Fico pensando nos Lalaus, nos Sarneys, pessoas que alcançaram o cume da montanha mas que lá do alto se atrapalharam com nuvens escuras e evidenciaram muita sujeira deixada nas suas escaladas. Como uma pessoa que sobe no mais alto nível de respeitabilidade social acaba jogando todos os valores de sua conquista na vala comum? Não consigo entender.
Algumas pessoas atribuem isso ao fato de todos os poderosos terem conquistado o poder através de falcatruas. Discordo. Prefiro acreditar na velha máxima de que a justiça tarda mas não falha, um ditado antigo, valioso e sempre atual.
Hoje ao abrir os jornais, li que uma juiza aposentada causou um acidente e que estava embriagada. Confirmou que havia tomado umas taças de espumante e felizmente, ao que parece, o acidente não teve vítimas, senão a própria imagem da ex-magistrada.
Coloquei na cabeça que se beber, não dirijo, Mas isso não me torna mais correto que ninguém. Decidi que jamais irei me corromper, que buscarei a todo o esforço, superar cada uma das minhas falhas e que acreditarei para sempre na construção de um mundo verdadeiramente fraterno e sei que sou apenas mais um com tal esperança e vontade.
Isso não me torna melhor que ninguém, não me transforma em poderoso e sequer aumenta meu crédito com quem quer que seja. No entanto me faz bem ao coração, à saúde mental e física.
Disse: então está combinado e firmei um compromisso comigo mesmo.
O que está faltando? A meu ver, faltou à juíza contratar um motorista. Aliás, muitos precisam de auxílio e não procuram pela arrogância e excesso de autoconfiança.
Se não somos guiados pelos princípios éticos da efetiva responsabilidade, precisamos de alguém que dirija por nós.

sábado, 22 de agosto de 2009

VOLTANDO


Não tenho medo da violência e nem da provocação; não tenho medo da preguiça e nem da inanição; não tenho medo da mentira, tampouco da traição; não temo os poderosos nem as artimanhas da corrupção.
Tenho em mim que a energia do poder da criação, é a força do meu caminho que sigo como missão.

Perdoe-me o lado contrário que é frio e calculista, quem só pensa em salário não sabe o que é ser ativista, não é um feliz missionário, sonhador e otimista, muito mais que um milionário, um ser extraordinário, generoso, idealista.

Retornando aos meus postados, renovo minha energia, proseio neste rimado, com prazer e alegria, conduzindo aos meus chegados, um tríplice abraço apertado, com as boas energias.

E assim, voltei a dar meu recado...

quinta-feira, 30 de abril de 2009

O PÁSSARO BOMBEIRO FUGIU

O nome da foto ao lado é Código Ambiental de Santa Catarina. Infelizmente este é o retrato de um Código elaborado e recentemente aprovado, levando em conta o interesse comercial imediato dos produtores rurais e o espírito eleitoreiro das lideranças políticas. O Código Ambiental aprovado pela Assembléia Legislativa Catarinense é uma das atitudes mais infelizes da história do lugar.
O Código é inconstitucional por essência, retrógrado por excelência e covarde por natureza. Sua elaboração, diferente da forma como foi construído o Código Florestal Brasileiro, aqui não contou com a participação de especialistas. Foi elaborado por produtores rurais e sua justificativa veio de "audiências Públicas", promovidas pelos criadores de suínos e aves.
Seus principais pontos são relacionados às matas ciliares (que margeiam os rios) e a localização das pocilgas. A agressão não é somente à Lei Federal, mas fundamentalmente ao bom senso. Diminuir a mata ciliar é promover o assoreamento dos rios; desmatar é estimular a fragilização do solo (lembram do que ocorreu recentemente com as enchentes); permitir a instalação dos criatórios de porcos próximos às nascentes e aos rios, se constitui em injetar coliformes fecais e infectar a água, sem esquecer da consequente contaminação do lençol freatico. Vale destacar que a tão propalada gripe suína é comprovadamente originada pela falta de higidez na criação de suínos no México e hoje invade todo o planeta.
Santa Catarina é um Estado bonito, de pessoas simples e acolhedoras, mas de lideranças estúpidas e inconsequentes. O que mais me choca é que a maioria da população está apoiando esta infeliz iniciativa. Ao me posicionar contrário à Lei, recebi inúmeras manifestações que tentam defender o ilógico.
Quantas enchentes virão? Quantos tornados serão arremessados? Preciso reconhecer que perto da iniciativa de afrontar o Código Florestal Brasileiro, os fenômenos naturais são singelos. Lembrei do pássaro que com uma folha carregava gotas de água para apagar o fogo na floresta, mas na versão que vejo, ao invés de pássaros, são deputados, inúmeros produtores rurais e um governador do Estado carregando lenha. Desse jeito até o passarinho da história heróica acaba desistindo.

terça-feira, 28 de abril de 2009

AS TORRES DO CENTRO HISTÓRICO



Olho para as três torres e imagino o que grava minha memória. Por vezes um pedacinho de retrato representa mais que a paisagem toda. A foto desta postagem tem um misto de nostalgia com carinho, de saudade com amor e da certeza de que ali é o centro da minha cidade. A obra fotográfica é da Alma Gêmea. Maria Inês fotografou quem estava na calçada ao lado do Palácio da Justiça, guardou a lembrança do companheiro de sempre, agora engravatado. Quando vi a foto, veio um arrepio na alma e percebi que meu momento estava registrando também as torres mais bonitas daquele lugar.
Elas estão ali, quietinhas, duas na catedral e uma no monumento em homenagem ao Herói Bento Gonçalves. Embaixo existe uma mistura de carros com sábias árvores. Na memória há uma mística do protesto dos insatisfeitos diante da empáfia dos que conseguem se satisfazer com o poder. A Praça não é só a da Matriz para os protestantes, também é a Praça da Catedral para os religiosos e a partir daquele momento se transformou apenas em Praça do Centro da minha cidade. Uma Igreja para rezar, uma sombra para descansar, uma Assembléia para se saber como é politizar, um Palácio da Justiça para saber que há de se julgar e um Palácio do Governo para se ter a quem reclamar. Que bom que o Teatro também fica por ali, como bálsamo para os privilegiados do coração e da mente. Aos que buscam um caminho, uma magnífica biblioteca fica bem pertinho.
Parei naquele dia e entendi que ali é verdadeiramente o centro de Porto Alegre. Lembrei das cidades modernas com um lugarzinho que chamam de "Centro Histórico". Isso! Ali é o Centro Histórico de Porto Alegre! Quando morei na Fernando Machado, antiga rua do Arvoredo, poucas vezes frequentei aquele lugar. No entanto, naquele dia eu precisava estar ali: no centro de Porto Alegre, implodindo de emoção com a carteira da OAB/RS, a emoção e eu.
Foi então que percebi: aquelas torres fazem parte do espetáculo.
Melhor? Só se o Guaíba ficasse na Fernando Machado e o pôr-do-sol pudesse ser observado da sombra de uma sábia árvore da Praça da Matriz!
Aquele pedaçinho de foto me devolveu a vontade de escrever e cá estou.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

CONHECIMENTO X SABEDORIA

Diz o repórter ao atleta - Qual a dinâmica proposta pelo técnico Roth para o segundo tempo? Para tal pergunta a resposta foi incrível - É, vamo fazê a mesma coisa já que pra nós tá bem assim e realmente se Deus quiser vamo saí bem e dá alegria pra nossa torcida... Vi que o repórter, pouco entendedor de futebol, tentou evidenciar grande sabedoria diante do entrevistado. Resumo da história: pergunta errada, resposta correta. O contraste entre conhecimento e sabedoria diminui muito em um campo de futebol. No esporte reina a malícia inteligente. A linguagem do futebol é compreendida universalmente e só tem complexidade para quem imagina que o esporte se resume a 22 homens correndo atrás de uma bola. As regras são objetivas, uma relação entre equilíbrio e harmonia, enquanto qualquer objeção a esses princípios se constitui em irregularidade. O impedimento, por exemplo, é um caso de desequilíbrio, quando alguém recebe o privilégio do passe para a finalização, diante de apenas um adversário. A regra é clara nessa situação e a jogada deve ser penalizada com uma cobrança em dois toques. Qual a razão dos dois toques? Simples: harmonização! O futebol não pode prescindir da harmonia dos passes, dos lançamentos e cruzamentos. Da mesma forma, drible no futebol de alto nível é uma faculdade dos talentosos e um expediente pouco utilizado pelos menos habilidosos. A geografia do jogo, o posicionamento dos atletas, a existência de uma grande e de uma pequena área, tudo isso é fundamental e tem harmonia com o tamanho das goleiras: exatamente 7,32m X 2,44m. Daí vem a resposta objetiva de que goleiro precisa ser mais alto.
O repórter da entrevista "dinâmica" talvez tenha entendido o jogo pelos princípios do conhecimento e nada reúne de sabedoria na modalidade.
Certa vez, em um seminário, dois palestrantes ocuparam a noite para falar sobre o mesmo tema. O primeiro, um PhD por uma universidade dos Estados Unidos e o segundo, um professor de carreira. O primeiro foi erudito, elegante e chato. O segundo, simples, objetivo e encantou. Disseram a mesma coisa de formas diferentes. Quando encerrou a segunda palestra percebi a razão do professor de carreira ter feito tamanho sucesso: Ele tinha sabedoria sobre o que falava e sobre como deveria falar para o público que encontrava naquele lugar. O outro, tinha conhecimento, muito conhecimento, sem sapiência, sem perspicácia. Em vez de expressar sua opinião sobre o assunto, apenas mostrava que entendia do tema. Em todas as áreas é perceptível a necessidade de se utilizar o conhecimento com sabedoria. Ningém precisa ver "o que é" Todos querem e devem saber "como é". Tenho outro exemplo clássico no turismo, onde mais importante que conhecer um lugar é saber o que aquele lugar representa.
O futebol me encanta com suas dinâmicas e de sua complexidade extraio respostas simples que justificam ser essa a maior paixão desportiva mundial. Aliás, Futebol não é unanimidade, mas um fenômeno mundial onde o escasso conhecimento da maioria se emociona com a sabedoria de alguns e vira paixão. Você já percebeu que enquanto os milhares de torcedores torcem e sofrem o tempo inteiro, os atletas pensam, planejam, projetam e executam? Vale a máxima: O centro das atenções é sempre de quem tem sabedoria. Eles dominam a funcionalidade do expectáculo. Os outros?

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

NAVIO DE LUXO OU DE LIXO?


Os acontecimentos atuais nos levam a entender a relação entre as palavras Sectarismo e Corporativismo. O termo sectarismo (usado geralmente com conotação pejorativa) pode ser definido como visão estreita, intolerante ou intransigente. Já espírito sectário significa tomar um partido sem tolerar as outras tendências, caracterizando-se pela convicção doentia de propriedade da verdade, da razão e da justiça. Resumindo, a meu ver, espírito sectário é a expressão mais pura do conservadorismo fanático. Já o termo Corporativismo é a ação em que prevalece a defesa dos interesses ou privilégios de um setor organizado da sociedade, em detrimento do interesse público.
As duas palavras servem para muitas representações da nossa sociedade, mas talvez não se encaixe em nenhuma outra com tanta perfeição como junto à classe médica de nosso País, especialmente quando se trata de defender o interesse da organização da classe. Quando isso ocorre, todos acabam se tornando sectários. Sim, além de corporativistas, se tornam sectários. Quer um exemplo? Então trago dois que estão em destaque e passam despercebidos pelos críticos que analisam o comportamento humano e social dos brasileiros.
O primeiro exemplo está materializado no caso da modelo capixaba que morreu após ter amputados seus pés e mãos, necrosados por consequência da imperícia de médicos incompetentes e negligentes que sequer cogitaram a possibilidade da jovem estar sofrendo de uma infecção. Até é possível que um médico se engane, mas o que me deixou estupefato foi ver uma reportagem que mesmo diante da cruel realidade, teve seu desfecho com um "especialista" dizendo que as pessoas não devem se automedicar e que o cuidado deve ser do paciente. Convenhamos, o repórter não se deu conta que deveria questionar a razão do erro médico. Ou não foi erro médico a não verificação de que havia uma infecção?

QUAL É A MÚSICA?



A composição do consagrado músico caipira José Rico é uma demonstração clara de que nem sempre a arte imita a realidade. Ocorre que no Brasil em dias atuais, estrada longa não combina com vida. Também não se pode utilizar a frase da composição onde diz "vou correndo e não posso parar" com segurança, já que velocidade e acidente sempre estão muito próximos. Os músicos fazem menção de algo que era encarado como natural no tempo em que 120 km/h era velocidade máxima. O próprio Rei Roberto Carlos andou pela sinuosa estrada de Santos até assustadores 100 km/h e fez questão de fazê-lo com uma melodia lenta e suave.É obvio que as músicas "Estrada da Vida" e "As Curvas da Estrada de Santos" fazem parte de um passado remoto, da época em que se podia romantizar uma viagem pelo Brasil. Hoje viajar é correr risco de morte. Particularmente, não entendo a razão das estradas brasileiras serem tão sinuosas, tão mal planejadas, tão estreitas, tão esburacadas. Não compreendo o motivo de estradas que recebem muito peso e uma quantidade absurda de veículos todos os dias não racharem e sequer apresentarem ondulações, ao mesmo tempo que outras em locais mais afastados das grandes multidões se desmancharem a cada garoa.Mas acho que encontrei uma explicação: Quando José Rico compôs Estrada da Vida, ao referir "Vou correndo e não posso parar", estava se colocando na situação de um político, que se elege por ser "ligeiro" e não pode mais parar de roubar.(Aliás, alguns dependem de estradas perecíveis para se manterem na vitrine e continuarem a abocanhar o dinheiro do povo). Já Erasmo e Roberto, quando compuseram As Curvas da Estrada de Santos, referiam-se aos tortuosos caminhos trilhados pelas empreiteiras e ou concessionárias que ainda continuam negociando licitações, ao mesmo tempo em que abonam seus fiéis defensores.Aliás, acho meio estranho que a Governadora do Rio Grande do Sul tenha melhorado tanto de humor desde o dia em que parou de questionar a prorrogação dos contratos das praças de pedágio, ou mesmo a existência e os valores cobrados pelos pedágios nas estradas gaúchas.Dia desses vi em um grande jornal da capital uma foto dela dançando com o Secretário Cesar Busato e fiquei pensando: Será que o ritmo musical era de Estrada da Vida, ou seria As Curvas da Estrada de Santos?

O QUE ESCREVER


Minha inquietude faz com que tenha este e outros dois blogs. Claro que os anteriores vão sendo abandonados gradativamente, mas existe um motivo: sou uma pessoa em constante tranformação e não abro mão dessa característica. O primeiro foi um laboratório, o segundo um aperfeiçoamento e o atual tem o fito de evidenciar minha opinião sobre assuntos palpitantes, atuais, que requerem uma análise pessoal. Aliás, acho que todas as pessoas deveriam analisar tudo o que acontece ao seu redor e tomar uma posição a respeito das questões que provocam emitir suas opiniões.

Impunidade no Brasil, dignidade humana, política e sociedade, religião e espiritualidade, enfim, aqui estarão gravadas algumas das posições a respeito de mundo, de pessoas, de histórias e realidades. As primeiras postagens dizem respeito a problemas graves e recentes ocorridos em nosso País. Você é um dos convidados. Venha comigo, comente minhas opiniões, envie um e-mail, enfim, participe! Este blog é meu mas também é nosso.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

ESCREVER É O QUE ME FAZ BEM


Estou muito feliz em lançar um blog com meu jeito. O do narradoresportivo.blogspot continua, mas este aqui será o Blog do Paulo Bandeira. Estava precisando achar o caminho certo e encontrei. Aqui vou escrever o que penso do mundo, da realidade, do Direito, do Esporte, da Política, enfim, aspectos relacionados ao comportamento humano. Convido você a seguir este blog, analisar, comentar e tomar suas conclusões.