quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

QUAL É A MÚSICA?



A composição do consagrado músico caipira José Rico é uma demonstração clara de que nem sempre a arte imita a realidade. Ocorre que no Brasil em dias atuais, estrada longa não combina com vida. Também não se pode utilizar a frase da composição onde diz "vou correndo e não posso parar" com segurança, já que velocidade e acidente sempre estão muito próximos. Os músicos fazem menção de algo que era encarado como natural no tempo em que 120 km/h era velocidade máxima. O próprio Rei Roberto Carlos andou pela sinuosa estrada de Santos até assustadores 100 km/h e fez questão de fazê-lo com uma melodia lenta e suave.É obvio que as músicas "Estrada da Vida" e "As Curvas da Estrada de Santos" fazem parte de um passado remoto, da época em que se podia romantizar uma viagem pelo Brasil. Hoje viajar é correr risco de morte. Particularmente, não entendo a razão das estradas brasileiras serem tão sinuosas, tão mal planejadas, tão estreitas, tão esburacadas. Não compreendo o motivo de estradas que recebem muito peso e uma quantidade absurda de veículos todos os dias não racharem e sequer apresentarem ondulações, ao mesmo tempo que outras em locais mais afastados das grandes multidões se desmancharem a cada garoa.Mas acho que encontrei uma explicação: Quando José Rico compôs Estrada da Vida, ao referir "Vou correndo e não posso parar", estava se colocando na situação de um político, que se elege por ser "ligeiro" e não pode mais parar de roubar.(Aliás, alguns dependem de estradas perecíveis para se manterem na vitrine e continuarem a abocanhar o dinheiro do povo). Já Erasmo e Roberto, quando compuseram As Curvas da Estrada de Santos, referiam-se aos tortuosos caminhos trilhados pelas empreiteiras e ou concessionárias que ainda continuam negociando licitações, ao mesmo tempo em que abonam seus fiéis defensores.Aliás, acho meio estranho que a Governadora do Rio Grande do Sul tenha melhorado tanto de humor desde o dia em que parou de questionar a prorrogação dos contratos das praças de pedágio, ou mesmo a existência e os valores cobrados pelos pedágios nas estradas gaúchas.Dia desses vi em um grande jornal da capital uma foto dela dançando com o Secretário Cesar Busato e fiquei pensando: Será que o ritmo musical era de Estrada da Vida, ou seria As Curvas da Estrada de Santos?

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