quarta-feira, 27 de abril de 2011

Craques do Brasil

Um novo tempo está chegando para o futebol brasileiro, com o fortalecimento dos clubes, a qualificação da imagem de uma nação que apenas gerava novos talentos para uma das principais vitrinas do esporte mundial. A Copa de 2014, mais que uma vitória política, constitui-se em um gigantesco teste que, a meu ver, será superado com talento por todos os brasileiros. As Olimpíadas poderão se constituir em uma confirmação da qualidade do País para sediar grandes eventos e assim passar a ser visto com mais respeito pelas grandes potências desportivas do planeta.
Tudo muito bonito a uma primeira vista, mas fundamental que se faça uma análise aprofundada a respeito dos riscos e das necessidades.
Não creio que as fraquezas estruturais materiais comprometam de todo o êxito do País nas realizações, pois quem conhece o Brasil sabe que desde os primórdios tudo fica para a última hora e, no final dá tudo mais ou menos certo.
O problema está nas necessidades organizacionais, nas ações estratégicas, no planejamento administrativo e essas são necessidades que vão bem além de atos administrativos, pois passam necessariamente por um envolvimento de lideranças e de comunidades inteiras para o enfrentamento ao fenômeno da faraônica recepção.
É uma prova de fogo que se transformará em um marco. O Brasil, passado o ano de 2016 terá uma outra característica que sequer os brasileiros conseguem hoje imaginar.

terça-feira, 26 de abril de 2011

DIA DO GOLEIRO

Já que existe Dia das Mães, Dia da Criança, Dia do Trabalhador, então precisa existir o Dia do Goleiro e esse dia é hoje! A data também poderia ser chamada de Dia de qualquer um, já que qualquer um tem um pouco de goleiro ou pelo menos reúne os mesmos atributos para tal desempenho. Afinal, flexibilidade, reflexo, posicionamento, impulsão e estatura, independente à dimensão, todos possuímos um pouco.
- Enquanto o goleiro precisa se flexionar para fazer as "pontes", todo precisamos flexibilidade para contornar as dificuldades;
- Enquanto o goleiro precisa ter reflexo para interceptar a bola, todos nós, reles mortais, diante da velocidade do mundo, precisamos aguçar a visão para os perigos que nos ameaçam. É como se a cada momento estivessemos diante da possibilidade de sofrer um gol, ou um golpe;
- Enquanto o goleiro precisa ter posicionamento para estar no lugar certo para a defesa, nós também, precisamos tomar posição e determinar atitudes diante das jogadas da vida que passam em nossa "área";
- Enquanto o goleiro precisa ter impulsão para "voar na defesa", precisamos tomar impulsos na busca de objetivos.
Por fim, hoje a estatura é fundamental para o goleiro, mas isso todos temos. Claro que os goleiros precisam ter estatura física enquanto nós, seres comuns, necessitamos de estatura moral para caminharmos diante das baixezas que o mundo evidencia. É que goleiros precisam altura e humanos precisam grandeza, dois tipos de estatura que fazem a diferença na vida.
Hoje é o Dia do Rogério Ceni, aquele que defende e faz gols, mas também é Dia do Frangueiro, aquele que acaba sendo o culpado de tudo.
Uma vez perguntaram a um treinador qual era o melhor goleiro para ele. Sua resposta foi esvoaçante: "O melhor goleiro só pode ser aquele que sabe fazer golas".
Fora as brincadeiras, fui goleiro grande parte da minha vida, mas acho que também fui muito frangueiro. O importante disso é que aprendi que ser goleiro é saber se posicionar na defesa de uma equipe, é vibrar com a alegria do grupo e assumir a culpa na derrota do time, sempre com algo chamado dignidade.
Feliz Dia do Goleiro!
p.s. Acho que ainda não inventaram o Dia do Goleador e, pelo menos aí o goleiro pode ter alguma vantagem.

domingo, 24 de abril de 2011

FIM DA ERA COALHADA


AMADORISMO JAMAIS

É chegada a hora da decisão para os pequenos e médios clubes brasileiros de futebol: ou buscam o profissionalismo ou acabarão excluidos do cenário desportivo.

As alterações da Lei Pelé são determinantes, exigem qualificação na gestão dos clubes desportivos que deverão se transformar em clubes formadores, aptos e certificados pela Confederação Brasileira de Futebol, algo que a nenhuma entidade do gênero, até o momento, foi proporcionado. É uma novidade determinada em Lei, que ao mesmo tempo está se transformando em uma ferramenta fundamental para a mudança do perfil do futebol brasileiro.
Claro que se analisarmos clubes como Corinthians, Flamengo e a maioria daqueles que compõem a Série A do Campeonato Brasileiro, tudo vai ocorrer na maior tranquilidade. Mas quanto aos times do interior, como será?
Os pequenos e médios clubes precisarão de uma mudança radical, deixando de lado o amadorismo histórico, o passionalismo doentio e a irresponsabilidade tradicional de diretorias de "desportistas" que na verdade não passavam de meros torcedores para uma fase nova, complexa, mas necessária.
Os "cartolas", até que enfim, darão lugar a gestores!
Se tudo correr como está programado vamos longe, os clubes vão passar a ter novas fontes de renda, em especial as decorrentes dos investimentos nas categorias de base, o marketing esportivo vai deixar de ser privilégio dos gigantes e as arquibancadas acabarão se transformando em cadeiras, e o melhor: tomadas por um público ávido pelo esporte e exigente de verdadeiros espetáculos.
A partir do novo regramento, serão tantas as vantagens oferecidas aos clubes, que estabelecer um plano de crescimento e sustentabilidade, gestão e eficiência, passa a ser algo imprescindível, capaz de fazer com que o esporte mais popular, até então visto como um mero jogo, uma paixão, comece a ser observado como um grande negócio revestido de idealismo, empreendedorismo e responsabilidade.
Por isso, você que torce pelo pequeno clube da sua cidade ou da sua região, precisa saber que a partir da vigência das novas regras da Lei Pelé, somente os clubes organizados poderão passar do período de aventuras para a nova fase de conquistas nas quatro linhas, nos bastidores e, fundamentalmente, na construção de um futuro de sucesso e credibilidade. Quem viver verá.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A NOVA LEI PELÉ

A LEI DO REI MELHOROU?
As alterações feitas na Lei Pelé são merecedoras de uma aprofundada análise com um natural pré-julgamento de pontos que carecem de aprimoramento. A legislação desportiva do País vem sendo reiteradamente alterada, mas, por enquanto, dois questionamentos considero fundamentais:
1º questionamento: Qual o motivo de a Lei ainda não reconhecer profissionais de outras modalidades além do futebol de campo? Continua a miopía legislativa sobre o horizonte dos atletas das disputas coletivas como futebol feminino, futsal, volei e basquete. As modalidades são mantidas sem vínculo profissional empregatício sob a alegação de que continuando amadoras podem se fazer representar em jogos olímpicos. Ora, o basquete americano é profissional e milionário e isso  não impede que participem de jogos olímpicos, conquanto no Brasil, clubes de esporte coletivo há décadas remuneram seus atletas de maneira "mascarada", devido ao não reconhecimento da profissão pelo Ministério do Trabalho. O Brasil disputa o Mundial de Futebol Feminino, já foi duas vezes vice mundial, tem a melhor jogadora do mundo, atuando na Europa como Profissional, mas aqui ela é considerada amadora, como se fosse possível dizer que a Marta, aquela mesma, multi vencedora da chuteira de ouro da Fifa jogou no Santos FC em 2010 só pelo amor à camiseta.
2º questionamento: A Lei Zico que antecedeu a Lei Pelé, privilegiou os empresários que passaram a detentores de todo o poder no futebol brasileiro, colocando os clubes à mercê de negociações nem sempre vantajosas, que somente eram feitas para garantir a sobrevivência das entidades. Até aí, tudo normal, mas a pergunta que não quer calar: qual a razão da lei desconhecer por completo a participação de agentes na vida dos jogadores de futebol e nas suas relações com os clubes? Fica claro que o objetivo foi privilegiar os grandes empresários que agora podem ser "sócios proprietários" de clubes que venham efetivamente a se tornar empresas. Ainda nesse interim, a transferência internacional de atletas prescinde ou ao menos reconhece a presença do agente(entenda-se empresário ou procurador) nas negociações, forçando-nos a buscar uma explicação para a nova caracterização de lei.
Resumindo, a meu ver, a mudança efetuada na Lei em 2011 é uma pequena passagem para o efetivo amadurecimento das normas deportivas de nosso País, necessitando uma urgente revisão para, em primeiro lugar, alcançar o reconhecimento às profissões de atletas de futebol feminino, futsal, volei e basquete, como meio de instrumentalizar clubes e atletas de um regramento seguro.
Enquanto isso não ocorrer, vamos continuar vendo atletas de futsal atuando como funcionários fantasmas de prefeituras do interior, atletas de futebol feminino firmando "contrato por fora" para atuarem, sem garantia de pagamento de seus salários, além de jogadores e jogadoras de volei e basquete fazendo "bicos" em clubes para o pleno exercício de suas atividades como atletas "semi-profissionais".
Salvo melhor juízo, a lei ainda é capenga, pois não reconhece profissionais que atuam sob sua própria conta e risco em categorias ainda não reconhecidas, exclui a presença do empresário na relação atleta/clube, tentando tapar o sol com peneira para se recuperar com os clubes, tão lesados pela própria lei ao longo de quase duas décadas e, finalmente, é implantada a despeito da realidade vigente, sem evidenciar qualquer inclinação a um efetivo enquadramento às formas globalizadas de gestão do esporte.

Claro que houve muitos progressos com as alterações trazidas à lei, mas sobre isso, escrevo depois.