sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

FUTEBOL E POLÍTICA

Fico impressionado com a diferença de tratamento dado ao futebol diante da política na mídia brasileira.
Recentemente a CBF reconheceu campeonatos anteriores ao "Brasileirão" como válidos para computar títulos obtidos e isso, por mais desinteressante que possa parecer, se transformou em um tema polêmico que ocasionou reações diversas, contrastando festejos com atos de rebeldia extremada. No mesmo período os deputados federais aprovaram um aumento salarial estrondoso para todos os detentores de cargos eletivos, que deverá repercutir até nas mais modestas câmaras de vereadores dos mais escondidos "municípios" às vezes com menos de 2 mil habitantes.
Ninguém falou nada com muita ênfase na TV, nos jornais ou nas emissoras de rádio. Nem a Internet, veículo mais popularizado da atualidade focou com a devida importância a "auto-ajuda" dos políticos. A imprensa praticamente calou diante dessa barbaridade e o Brasil inteiro voltou seus olhos às semi-finais do Mundial de Clubes nos Emirados Árabes, o que daí a pouco, com a derrota do time brasileiro, transferiu para o mundial de natação, também no Oriente Médio, tudo com o intuito de ocupar o espaço da mídia com o mundo ilusório do esporte altamente competitivo, como a regrar as mentes sobre aquilo que deve ser visto e pensado.
De qualquer modo, é uma realidade histórica, um modo eficaz de inebriar o povo e desviar a atenção dos intelectuais formadores de opinião, que na maioria das vezes são apaixonados pelo esporte.
Pois então que os salários dos políticos aumentem e que o esporte continue chamando mais a atenção do povo. É o Brasil, o que fazer?

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