segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

OS CRIMINOSOS DO RIO?

A ação dos órgãos de segurança pública e dos militares do Exército contra o crime organizado no Rio de Janeiro pode não representar nada na história do Brasil se não for transformada efetivamente em um  marco inicial da nova postura do Estado Brasileiro frente a criminalidade que impera em todos os cantos dessa imensa Nação.
A invasão de um complexo de favelas representa muito pouco diante do necessário. A montanha de drogas e armas apreendida nessa operação, é apenas uma pequena ponta do iceberg que teima em boiar no mar da instabilidade social e política do País.
Tal mobilização só terá real eficácia se for referência para novos atos, novas avançadas, novas operações na incontestável guerra declarada pelo crime organizado contra o nosso sagrado Estado Democrático de Direito.
No entanto, o que se percebe é um silenciar covarde das autoridades, certamente temendo o que podem fazer os criminosos a partir de uma ação mais intensiva pelas forças policiais. Isso demonstra a grave falta de liderança e de vontade política de nossos representantes para minimizar, de uma vez por todas, o maior motivo de vergonha dos dignos brasileiros: a violência urbana.
Interessante é que batizaram a operação  do Rio como "Invasão ao Complexo do Alemão". Ora, que invasão? Quem invadiu foi o crime! Não há invasão do Estado em um lugar que pertence a todos, e sim uma retomada!
O Brasil está repleto de outros complexos do alemão. Em todos os Estados da nossa Federação quem reina é o poder da bandidagem, da malandragem, dos atos tramados nos porões de uma ficta democracia contaminada pelo "poder do mais forte" e instável pela falta de coragem e competência do Estado.
Por outro lado, a imprensa, tão preocupada em passar imagens da ação de guerrilha vivida no Rio de Janeiro, deveria aproveitar o ensejo para mobilizar toda a população em torno de campanhas visando a moralização do país, resgatando os sagrados direitos de paz, liberdade, segurança e bem estar da população.
Não quero dizer que deveria ocorrer um toque de recolher, como ocorreu no Rio, tampouco afirmo que seria necessário lançar as tropas do Exército às ruas para pressionar os criminosos, mas quero lembrar que tão importante quanto lutar contra outros problemas que afetam a sociedade, como o crack, a violência no trânsito e tantas outras barbaridades comuns no Brasil, é fundamental, a partir das recentes ocorrências da cidade maravilhosa, desenvolver uma política de segurança pública capaz de atender aos anseios da população, com o braço firme de um Estado determinado a instalar um clima de tranquilidade junto ao seu povo
Se me perguntarem como fazer para que isso aconteça, apontarei em riste para Brasília. O país que abriga o maior número de leis de todo o planeta, precisa substituir o quantitativo pelo qualitativo, deixar de ser prolixo e botar no lixo as ordenações obsoletas, substituindo-as por leis ágeis, objetivas e capazes de promover algo que, pelo menos, se aproxime da Verdadeira Justiça.

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